.
e o que faço deste corpo exangue de desejo? (tortura-te) impacientes mãos. saltei os degraus. o ar fresco da rua. (pára) aquele assobio da vontade, ainda, ainda. grafias do corpo, este. (um pouco) ler-te com a pele, oferecida. era noite e tu esperavas. como presa. sou o teu cárcere? (vem) sobreviver sem a tua boca durante todo o amor até que todo o amor se desfaça. e de novo, de novo. sabor de um sexo quente inscrito a golpes de vento. (respira) contorço-me nas pregas, descubro-me nas entrelinhas, reconheço as tuas ancas contra as minhas sem a birkin precisar de cantar. livro de leitura fácil, o teu orgasmo. (cala-te) percorro-o devagar com a ponta da língua para reconhecer a tua solidão.

como sempre.
.
.
.

(mais uma vez?)

sim.