Tocar as margens desta página
deste corpo
como se existisse já o corpo
sem caminho
acender palavras trémulas
como se houvesse lâmpada
atravessar-te o corpo unânime
como se o visse já sob o relâmpago
dizer-te um a um
os dedos das carícias
num enxame de palavras quase vermelhas
quase
como se língua falasse sob o trovão tremendo
dizer-te esta laranja incandescente
este músculo que desce
em água doce como se te visse já e te tocasse
a pele sob esta chuva escura atravessar
a espessura deste papel
com letras como se as letras fossem feridas
no teu corpo desenhar esse gesto despenteado
como se o corpo rolasse sob as palavras mesmas
como se o caminho se abrisse tão perto da tua boca
É como se te respirasse se eu falasse
como se respirasse no caminho
como se estas palavras fossem já
esse caminho
para o teu corpo
como se houvesse um caminho
se eu falasse
se eu falar
Vejo-te imagem só
mas não o corpo
ou nem a imagem vejo – mal respiro
E no entanto uma palavra ascende
O caminho é este
através
das palavras do teu corpo
são estas
as pedras
vermelhas
negras
sob a chuva
estas mãos que buscam
o caminho da espessura
são o caminho já
tão perto da tua boca
da tua língua acesa
Se eu falar
é este o caminho dos teus cabelos
da tua boca
cada palavra treme
com o temor dos teus pulsos
com a loucura feliz
desta mão que ascende
sobre o teu corpo
e desce
ao fundo
à água
do teu sexo
e beijo o teu nome
entre os teus dentes
deste corpo
como se existisse já o corpo
sem caminho
acender palavras trémulas
como se houvesse lâmpada
atravessar-te o corpo unânime
como se o visse já sob o relâmpago
dizer-te um a um
os dedos das carícias
num enxame de palavras quase vermelhas
quase
como se língua falasse sob o trovão tremendo
dizer-te esta laranja incandescente
este músculo que desce
em água doce como se te visse já e te tocasse
a pele sob esta chuva escura atravessar
a espessura deste papel
com letras como se as letras fossem feridas
no teu corpo desenhar esse gesto despenteado
como se o corpo rolasse sob as palavras mesmas
como se o caminho se abrisse tão perto da tua boca
É como se te respirasse se eu falasse
como se respirasse no caminho
como se estas palavras fossem já
esse caminho
para o teu corpo
como se houvesse um caminho
se eu falasse
se eu falar
Vejo-te imagem só
mas não o corpo
ou nem a imagem vejo – mal respiro
E no entanto uma palavra ascende
O caminho é este
através
das palavras do teu corpo
são estas
as pedras
vermelhas
negras
sob a chuva
estas mãos que buscam
o caminho da espessura
são o caminho já
tão perto da tua boca
da tua língua acesa
Se eu falar
é este o caminho dos teus cabelos
da tua boca
cada palavra treme
com o temor dos teus pulsos
com a loucura feliz
desta mão que ascende
sobre o teu corpo
e desce
ao fundo
à água
do teu sexo
e beijo o teu nome
entre os teus dentes
.
3 comentários:
continua linderrimo
:)
obrigada
RECURSO/NATURAL
as palavras uma necessidade,
o corpo uma fonte
quase inesgotável vive
como um recurso
natural
deixo ficar aquelas
enquanto este
sofre uma erecção
libertando as mãos do chão
no entanto,
como um símio,
descasco uma banana
apetece dizer o prazer
onde ele (se) pratica
meu verso entregue
Enviar um comentário